Primeira edição do evento gastronômico promovido pelo Senac Bahia e Revista Prazeres da Mesa teve vagas esgotadas

“Como é que vocês vão se tornar chefs de cozinha sem conhecer os ingredientes do seu próprio país?!”. Assim o chef Guga Rocha provocou a plateia que lotava sua aula no último dia do Mesa ao Vivo Bahia, evento promovido pelo Senac Bahia e Revista Prazeres da Mesa, de 31 de março a 2 de abril, na Casa do Comércio, em Salvador. A indagação de Guga ─ chef, pesquisador e integrante do Homens Gourmet, da Fox Life ─ resumiu bem a viagem gastronômica que foi a primeira edição baiana do Mesa ao Vivo, na qual as iguarias genuinamente brasileiras reinaram como protagonistas.  Afinal, como aconselha Guga Rocha, o bom chef de cozinha, antes de tudo, deve dominar o preparo do prato brasileiro do dia a dia.

Cerca de 1.500 pessoas circularam pelo evento nos três dias, atraídas pela oportunidade de aprender os truques e segredos de chefs como Felipe Bronze (o Mago da Cozinha, do Fantástico), Dalton Rangel (Fox Life), Paulo Martins (Txai Resort), Flávia Quaresma, Gabriel Lobo, Clodomiro Tavares, entre outros nomes conhecidos do mundo gourmet.  Do time de chefs da terra, passaram por lá Edinho Engel (Amado), Tereza Paim (Casa de Tereza), Beto Pimentel (Paraíso Tropical), entre outros mais. Aulas na Cozinha Show e no formato Mão na Massa ─na qual os alunos cozinham com os instrutores─, palestras e degustações fizeram parte do evento. A Editora Senac também esteve presente com uma pop up store dos títulos de gastronomia. Todos os pratos produzidos nas aulas serão registrados nas páginas da próxima edição da revista.

A abertura dos trabalhos se deu com o Talk Show “Do coco ao Dendê”, que reuniu personalidades gastronômicas para discutir os ingredientes típicos, sob a batuta do antropólogo e estudioso do tema, Raul Lody. Natural de São Tomé e Príncipe, o chef João Carlos Silva falou sobre a cozinha africana, apresentando iguarias como a fruta-pão e o exótico micocó, planta aromática considerada afrodisíaca. Todos os debatedores, como a chef Tereza Paim, foram unânimes em defender a manutenção da tradição das técnicas de preparo regionais. “Não podemos deixar a comida baiana morrer”, defendeu a chef baiana Tereza Paim.

Mais de 100 profissionais de Turismo & Hospitalidade do Senac Bahia, além de 75 alunos de cozinha e serviço de restaurante, participaram do evento. O instrutor Jesus Almeida comentou que “os alunos da instituição aprenderam desde a logística de trabalho na cozinha até as tecnologias aplicadas na área”. “Todos os chefs convidados utilizaram ingredientes baianos para criar receitas com uma nova roupagem. Com certeza, esses profissionais serão uma fonte de inspiração no início de carreira dos nossos alunos”, completou.

Um dos instrutores do Mão na Massa, Marcelo Ferreira (Senac Bahia) afirmou o Mesa ao Vivo Bahia deu um upgrade no seu currículo. “As aulas em parceria com outros chefs geraram uma interação muito positiva. Preparei um prato com o chef Ivalmir Barbosa (Senac PE), noqual misturamos influências culturais da Bahia e de Pernambuco”, contou Marcelo.

Degustação – Fora dos ambientes das aulas, o público conferiu o salão de expositores parceiros e o espaço intitulado O Melhor das Cidades. Lá foram feitas degustações promovidas por restaurantes da cidade, buffets e vinícolas. Muitas delícias e inovações foram apresentadas, a exemplo do sarapatel em versão finger food, servido em cebolas no vapor ─ criação do Anis Estrelado Catering.  Al Mare, Cantina du Vini, Dona Mariquita, Lafayette, Red River, Utopia Restô Bar e Feira de São Joaquim estiveram entre os estabelecimentos participantes.