coluna raul lody

Boruboru para celebrar Agosto na Bahia

22 de ago de 2022

Orixá que recebeu do povo afrodescendente no Brasil grande respeito e carinho. É o dono da terra e das transformações, por isso é relacionado a doença e a cura. Conhecido como Obaluaiê, Xapanã, Sapatá entre outros nomes inclusive o Velho,

Na África é chamado como Sapata-Ainon - dono da terra - para os Fon do Benin ou com o título de Obaluaiê - o rei da terra - para os Yorubá da Nigéria.

Sua origem é na África Ocidental, provavelmente no povo Tapa, Tapa-Nupê.

Fundamentalmente relacionado com a vida, Omolu é um orixá que tem nos costumes religiosos afrodescendentes. No Brasil, há um grande número de adeptos interpretam o orixá como um grande protetor.

Apresenta-se coberto por uma indumentária feita de palha-da-costa, recebendo ainda alguns complementos com o uso de búzios, miçangas, cabaças e tecidos estampados multicoloridos.

O símbolo principal é um tipo de bastão chamado de xaxará - feito de taliscas de dendezeiro, muitos búzios e contas de diferentes materiais, destacando-se o laguidibá - fio em rodelas na cor preta.

As cores votivas do orixá são o branco, vermelho e preto. Cores que estão presentes nos registros mais antigos das culturas e dos povos, atestando assim origem fundamental do orixá da terra..

O cardápio do orixá é formado por acassá, aberem, abado, latipá e principalmente doboru, boruboru ou guguju - pipoca - alimento mais comum e popular, também chamado de flor ou flor de Abaluaiê.

Das tradições orais, africanas e afrodescendentes que guardam e propagam os costumes sagrados há as seguintes informações sobre o caráter do orixá.

 

“Sem língua a boca não serve.”

“Meu pai que faz uma roupa de pele enfeitada de cabacinhas.”

 

Inicialmente vê-se uma dualidade marcando as funções do orixá, tais como: doença e cura, ou vida e morte, contudo nas ideologias das culturas africanas são outros os valores que norteiam o sagrado e sua total intimidade com o homem e com a natureza.

            Omolu é um santo da rua, do mundo, de todos os espaços da terra, do universo.

É também o alimento das colheitas, celebrando a vida, sempre vista de maneira integrada entre homem/natureza.

A festa do Olubajé ou Kukuana é ritual de agradecimento pelas comidas, tudo o que vem da terra para alimentar.

A festa de Omolu é um verdadeiro banquete partilhado por todos, todos unidos pelas comidas dos orixás.

 

 

 RAUL LODY.