Tantas são as invenções e os sabores das moquecas na Bahia. Algumas já tradicionais, dos cardápios das casas, e dos dias de festas. Moqueca de peixe, de camarão, de siri mole; de ovos, de carne, de aipim, entre outras.

Entretanto algumas são muito especiais como, por exemplo, a de folha, que traz a técnica culinária dos povos nativos, povos americanos, de fazer comida com o uso de folhas.

 A moqueca de folha, também conhecida como moqueca seca, tinha uma de suas versões presentes nos tabuleiros das baianas de acarajé. Os muitos peixes miudinhos, pititinga, bem condimentados, com generosa quantidade de pimenta, eram oferecidos, quentinhos ao freguês.

O tabuleiro de baiana foi o mais repleto “monumento de iguarias”. Entre as opções havia: o abará, as cocadas, o doce a moda; a “passarinha” e seu molho; o acaçá, e certamente imperando o acarajé.

Recentemente na cidade do São Salvador vivi a experiência de comer uma moqueca de folha acompanhada de beiju seco, no melhor estilo dos beijus tradicionais dos nossos povos nativos. Foi uma combinação de sabores iluminados por uma cerveja bem gelada.

A pititinga era rica de pimenta, e se juntava a folha de bananeira, numa mistura de sabores e odores para resultar numa deliciosa experiência gastronômica que está entre tantas outras desse cardápio que é a Bahia. E, para viver todos os sentidos, essa moqueca foi comida “de mão”.

Raul Lody

16 de outubro de 2012