coluna raul lody

A chuva do milho

20 de mar de 2014

Dia 19 de março, dia consagrado a São José, é um marco na agricultura do Nordeste e, em especial, na Bahia. Diz a tradição que quando há chuva no dia do santo a colheita de milho será boa no São João.
Isto porque para festejar os santos de junho, Santo Antônio, São João e São Pedro, vive-se uma rica e variada culinária de comidas de milho, especialmente doces, pois as melhores celebrações  geralmente ocorrem nos rituais sociais da comensalidade.
Comer é quase o mesmo que celebrar, que retomar as memórias e os sinais de pertença a um território.
As receitas tradicionais trazem o milho, este cereal que é nativo das Américas, para ampliar sabores com o coco da Índia; com o cravo e a canela, especiarias do Oriente que são tão marcantes nas maneiras de se fazer doce no Brasil.
Técnicas milenares, como as comidas embaladas em folhas – tamales –,  marcam  as cozinhas dos povos nativos das Américas. Destaque para a “pamonha” – massa de milho temperada com coco e sal, e embalada na folha do milho –, uma comida emblemática nos festejos de junho.
Ainda, há o mugunzá, a canjica, o bolo de milho, que formam as mesas  de  milho das festas nas casas, nas ruas, e nas celebrações desse cereal que aproximam os devotos dos seus dos santos, e dos santos de junho aos costumes da Bahia.

Raul  Lody
20 de março de 2014