coluna raul lody

Cheiro de manga

03 de dez de 2012

Nesse tempo de verão, que é próprio para se comer fruta madura, os nossos mercados e feiras estão repletos de manga, caju, entre outras frutas que perfumam e marcam o sentimento do bem comer.

Sem dúvida, o cheiro da manga, com as suas muitas variedades na Bahia, comovem os paladares no desejo de se provar a fruta in natura: manga Bourbon que na Bahia é a manga espada; manga rosa que é a rosa da Bahia; e, outras como coquinho; coité; manila; tomny; palmier que também, na Bahia, é a manga-pêssego.

Essa fruta, que chegou da Índia, tornou-se tão nossa, tão brasileira, é formadora das nossas identidades à mesa.

São muitas, tantas, em sabor, forma, cor e cheiro. E é o cheiro de manga que marca o início das festas populares da Bahia: 04 de dezembro, Santa Bárbara; 08 de dezembro, Conceição.

A celebrada Conceição da Praia no imaginário de muitos candomblés é Oxum, orixá das águas doces que recebe como oferecimento ritual, no dia da Conceição, muitas frutas. Frutas maduras, perfumadas. Frutas que também são consumidas pelas pessoas das comunidades de terreiro.

É assim, numa comunhão, que se celebra a fartura e a beleza que chegam das frutas tropicais de dezembro na Bahia. Vive-se esse ritual de comer frutas gostosas, unindo-se as devoções entre o santo e o orixá.

Raul Lody

03 de dezembro de 2012