coluna raul lody

Um “gengibre” gelado

09 de jan de 2013

As bebidas populares representam escolhas sociais importantes, pois estão  nos diferentes rituais do cotidiano e, em especial, nos momentos de comensalidade.

As bebidas que levam na sua mistura bebidas alcoólicas estão, por costume, incluídas no mundo masculino, entre elas as tão consagradas “batidas” – combinações entre frutas ou essências artificiais, e principalmente cachaça e açúcar. A arte de fazer uma boa batida está na escolha da fruta madura; e no nosso caso na seleção de uma boa raiz de gengibre.

Refiro-me as muitas opções de batidas que estão nos balcões do andar térreo do Mercado Modelo, na cidade do São Salvador.  Ainda, há as ofertas de cachaças “purinhas” da região do Recôncavo; a cerveja gelada, entre tantas.

O melhor dia para se beber é o sábado. É o dia em que muita gente  vai beber, conversar; comer alguma coisa, como peixe frito, “lambreta” acompanhada de molho de pimenta fresca, entre outros quitutes dessa cozinha rápida tradicional. É uma festa de assuntos sobre o mar, o porto, as compras; e os calendários dos terreiros de candomblé é um tema dominante. Fala-se de tudo, nesse momento da mais verdadeira energia  afro-baiana.

Batida de coco, de amendoim, de manga, de cajá, de limão; de gengibre, esta raiz que é um excelente tempero da cozinha tradicional baiana. O gengibre, espécie da Ásia – Zingiber officinale – está presente nas muitas cozinhas do Oriente e do Ocidente.  E como bebida de estilo baiano é, sem dúvida, uma delícia. Pois é inesquecível um bom copo de “gengibre” bem gelado ao som das melhores conversas. Pois os cenários também temperam, dão sabores especiais.

 

Raul  Lody.

9 de Janeiro de 2013.