coluna raul lody

Doce de araçá

06 de jan de 2014

“A dona da casa.
É boa de dar.
Garrafa de vinho.
Doce de araçá."

Estes versos, cantados nos ternos dos Pastoris da Bahia, lembram algumas comidas e bebidas servidas aos grupos que iam cantar e dançar nas casas diante dos presépios, no período do ciclo natalino e, em especial, no dia de Reis, 6 de janeiro.
Esse dia traz a memória  a  visita  dos  três Reis Magos,  e esses costumes são preservados através ternos de Pastoris. São maneiras populares e tradicionais de se reviver com festas o nascimento do Menino Deus. Realizam-se apresentações e, em seguida, o oferecimento de comidas e bebidas.
A comida sempre está integrada às devoções como formas de expressar identidade, de reforçar os rituais, e assim manter as peculiaridades de um território, de uma região, nesse caso, a Bahia. 
Entre as comidas oferecidas nessas festas destacam-se os doces. Pois os doces fazem parte de uma categoria especial que é própria  para  celebrações, e assim remeto essa poesia que inicia o nosso artigo, e que fala sobre o doce de araçá. Um doce com açúcar, cravo e canela, geralmente com calda grossa, odor marcante, e de sabor nativo, brasileiro. Porque o araçá é uma fruta da “terra”, da família das Myrtáceae, como a nossa tão saborosa goiaba.
O araçá é também bom para se fazer suco, sorvete, recheios para tortas, uma fruta de referência tropical, uma referência das festas da Bahia. 
 
Raul  Lody
06 de Janeiro de 2014