coluna raul lody

O artesanato do acarajé

10 de fev de 2014

Sem dúvida, a cozinha é um espaço artesanal, pois tantos são os saberes culinários que nascem do ofício da manipulação, do ato de pilar, de peneirar, de modelar, entre tantas outras formas.

A tradição traz os relatos das técnicas para se  fazer o acarajé. Tudo se inicia com a preparação do feijão fradinho, que após o processo da retirada das cascas com as  mãos, segue para a pedra do acarajé, um pilão lítico, e assim se começava a fazer a massa.

Esta massa é temperada com sal e cebola, e então é realizado o ritual de “bater a massa”, dentro da técnica, do ritmo, e de periódicas avaliações sobre a textura e a qualidade ideais para  sobre o dendê fervente ser frito,  o acarajé.

Também, a fritura requer técnica, apreciação visual e olfativa para garantir a melhor “crocância”, e um miolo “branquinho” e “fofinho”; e a parte exterior “um biscoito”, com aquela cor bem dourada, para celebrar o melhor azeite, azeite da “flor” do dendê.

Assim é o melhor e mais gostoso acarajé, para se comer logo após a fritura, com ou sem molho, para poder derramar o dendê na boca, e sentir a assinatura da “baiana”, pois cada acarajé é uma obra  de autoria individual.

 

Raul  Lody.

9 de Fevereiro de 2014.