Plantado em março, mês em que se celebra São José, o milho será colhido em junho, quando se vive um amplo calendário de festas dedicadas aos Santos juninos: Santo Antônio, São João e São Pedro. Santos populares que comovem milhares de pessoas, e na Bahia destacam-se devoções e celebrações que muitas vezes se unem às tradições religiosas de matriz africana, neste calendário de base católica.

O milho, cereal americano, está nas nossas mesas do cotidiano, e está presente nas nossas maneiras de festejar com cardápios especiais e simbólicos, pois em cada comida e bebida há um sentimento, um desejo, um encontro de memórias.

Faz parte das nossas tradições assar o milho nas fogueiras, fogueiras que estão nos cultos doméstico repletos de religiosidade, e nestes costumes são lembrados os  santos de junho.

Celebram-se também as comidas de milho: mugunzá, canjica, bolos de milho, pamonha de milho, e tantas outras; pois em cada comida de milho há um encontro com a devoção; um encontro com as identidades culturais do baiano, que se vê nestas comidas experimentando suas tradições, e afirmando pertencimento a esta plural e multiétnica Bahia.

Raul  Lody

05 de maio de 2014