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O Caboclo e as frutas tropicais

27 de jun de 2014

A Bahia é um lugar onde se busca e se encontra  muitas referências de matriz africana e ainda se destaca na criação  de um mito que é  a interpretação do “ancestral”  brasileiro, o Caboclo.

A partir dos imaginários que se têm sobre o índio, habitante americano nativo, é dado ao caboclo os significados religiosos  das muitas culturas africanas  que são formadoras da Bahia, especialmente a dos Yorubá e a dos Bantu.

Trazem-se referências da natureza para mostrar o Caboclo como um mito que  representa a terra brasileira, e é a partir das frutas locais,  e de outras frutas exóticas como o coco,  o tão conhecido coco da Bahia, a manga,  a jaca, entre muitas outras, é criado o imaginário e a interpretação visual do Caboclo, um verdadeiro símbolo do Brasil e, em  especial,  da Bahia.

A essas frutas alia-se o milho, cereal americano que também representa o Caboclo no seu imaginário de alimentos nativos, brasileiros.

O caboclo é um mito-herói da Bahia, da libertação da  Bahia, que é celebrado no  dia da Independência da Bahia, 02 de Julho, o conhecido dia do Caboclo.

Estes sentimentos de sagrado e de festa têm cenários idealizados nas matas  florestas, nas formas tropicais e nativas de se localizar um mito que também está associado à comida,  a partir das possibilidades daquilo o que as matas  oferecem de  caças, frutas. Fartura, o bem comer que traduz vida, fertilidade e equilíbrio com o meio ambiente.

Preservar sempre para suprir, para garantir a comida. Este é um valor integrado ao que é sagrado neste olhar afrodescendente. Pois o ato imemorial de comer é um ato sagrado.

Raul  Lody

30 de Junho de 2014