Objeto, estética e sabor
13 de fev de 2017
O objeto tem uma fala funcional e simbólica porque a escolha do material, da tecnologia artesanal, ou industrial, empregada na sua construção, busca atender peculiaridades relacionadas a forma, ao tipo e ao uso; e, em especial, no caso dos implementos para a cozinha e para a mesa.
Dessa maneira, deve-se entender que cada objeto está integrado a outros objetos semelhantes, segundo suas características visuais, para formar um conjunto ou família de utilitários com diferentes usos e significados.
No processo de produção da comida é fundamental escolher o objeto específico para cada fase ou ação, peneirar, ralar, fatiar, frigir, coser, assar; entre tantos outras que atendem as diferentes tecnologias culinárias.
Tudo implica na integração de objetos, cada um com a sua identidade, o que possibilita um verdadeiro diálogo entre o usuário, o objeto e o ingrediente. Os objetos, utensílios culinários, têm como função apoiar a realização da preparação e consequentemente a estética da comida, como também atingir o sabor desejado.
Por exemplo, uma farofa de dendê servida numa tigela najé que foi produzida pelas mãos do oleiro terá certamente um sabor especial que é atribuído pela estética do objeto, e pelo que o objeto traz sua referência cultural.
Alguidares, najés, quartinhas, quartas, quartinhões; pratos, gamelas, pilões de madeira, peneiras de fibras naturais; utensílios de flandres; panelas de barro de muitas formas e tamanhos, formam conjuntos variados de utensílios que são verdadeiros símbolos da criação e da identidade de um amplo e rico artesanato tradicional da Bahia.