As baianas de acarajé do Brasil e, em especial, da cidade do São Salvador são reconhecidas no seu ofício como PATRIMÔNIO NACIONAL / IPHAN. E, neste projeto de patrimonialização do 1º tema referente a comida e a alimentação reconhecido como PATRIMÔNIO NACIONAL, com muita honra atuei nas bases das pesquisas, e nas argumentações culturais e religiosas sobre o acarajé.
Todas essas bases da pesquisa são atestadoras de uma trajetória ampla e plural que revela as civilizações de matriz africana na Bahia.
As baianas de acarajé, antes louvadas, reconhecidas e festejadas, agora estão abandonadas no seu ofício patrimonial, em virtude da pandemia. Contudo, elas deveriam estar amparadas sob guarda do Estado brasileiro, porque integram o Patrimônio Nacional.
O trabalho diário de fazer acarajé, e tudo mais que faz parte do seu comércio na rua, como, por exemplo, abará, bolinho de estudante, cocada, entre outros produtos que montam a venda no tabuleiro, fazem parte dos hábitos alimentares da população do Salvador; além dos visitantes que querem também conhecer este patrimônio de matriz africana, que está integrada à vida cultural e a identidade da Bahia.
Por tudo isso, há “pressa” para apoiar as baianas de acarajé. AJUDA é um ingrediente poderoso para tentar salvar as muitas mulheres que vivem este patrimônio, e com ele sustentam suas famílias, que preservam e transmitem esse ofício por gerações.
Assim, essas mulheres notáveis, filhas de Iansã, que com sua arte e ofício estão integradas à vida social e econômica da Bahia, necessitam de uma ação que faça valer verdadeiramente o seu diploma de PATRIMÔNIO NACIONAL.
Raul Lody