Nas culturas de diferentes povos, as festas buscam culminâncias da vida cotidiana, das atividades sociais e econômicas, e, em especial, das religiosas. O ato de festejar é um ato repleto de significados que manifestam desejos pessoais e coletivos, e formam a identidade de cada celebração.
As festas populares e tradicionais são expressas através de roupas especiais, músicas, danças, autos, alegorias; cortejos, comidas e bebidas; que marcam um momento especial para transgredir o cotidiano, é o tempo da festa.
Muitas vezes, as festas são avaliadas e comentadas pelas suas comidas e bebidas; e traz assim um sentimento, quase comum, de que a festa é realmente uma boa festa pelas comidas e bebidas que são oferecidas durante os diferentes rituais sociais que identificam cada tipo de celebração.
No nosso amplo e rico Ciclo Junino, que acontece em todo o Brasil, vivenciam-se as memórias coletivas e tradicionais que expressam diferentes devoções e formas de manifestar sociabilidades.
No caso da Bahia, com suas bases civilizatórias nas muitas matrizes africanas, vê-se nas festas de junho, dedicadas historicamente aos santos Antônio, João e Pedro, inclusões do sincretismo afrocatólico com alguns orixás e, em especial, com o orixá Xangô, que também tem as suas festas nos terreiros de candomblé durante o mês de junho.
Nestes diferentes contextos, destacam-se as muitas comidas de milho, comidas doces e salgadas, que fazem os cardápios das festas estão também nas mesas familiares, nas bancas de feiras e mercados, nas vendas de ambulantes nas ruas. Pamonha, mugunzá, canjica, lelê; acaçás branco e vermelho; adalu, cuscuz, angu, bolos, biscoitos; mingaus de beber; afurá, aluá; entre tantas delícias feitas à base de milho constituem os cardápios que singularizam as celebrações de junho na Bahia.
RAUL LODY