COLUNA RAUL LODY
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Carnaval: uma folia de sabores

As festas populares e tradicionais sempre são acompanhadas por comidas e bebidas que fazem estas festas também terem gosto, e assim agradar ao nosso paladar. A festa é um momento especial, um marco nas relações sociais. E “comer a festa” é fundamental para que se possa vivê-la integralmente.

E a Bahia tem uma longa e rica tradição em realizar festas. São as chamadas Festas de Largo, celebrações coletivas como: Bom Jesus dos Navegantes; Bonfim; 2 de fevereiro – Iemanjá –; entre tantas outras que formam um amplo calendário; más, sem dúvida, o Carnaval é um marco da expressão criadora desta Bahia multiétnica.

Assim, para viver a “Folia” é preciso comer.  Comer as “comidas de sustança”, como feijoada, mocotó; as moquecas. São cardápios tradicionais para todos os desejos e paladares.

E para marcar os paladares da Bahia temos os “tabuleiros”, em que estão os queridos e desejados acarajés da “baiana”, e que certamente fazem a grande base do que se come nas festas de rua. São milhares de acarajés, além de abarás e outras delícias de tabuleiro.

Além das comidas de tabuleiro que são marcadas pelo azeite de dendê, durante as festas do Carnaval há muitas outras opções para comer e beber nas ruas. Água de coco; batidas de frutas; mingaus de vários tipos; milho cozido, mungunzá; churrasquinhos; e muitas outras opções para atender os desejos dos súditos de Momo com as chamadas comidas de rua.

É o Carnaval um dos grandes encontros de pertença, de identidade baiana desta Bahia de todas as Festas, e de muitas e de tantas opções e comer e de beber.

RAUL LODY

 

 

O AUTOR Antropólogo, especialista em antropologia da alimentação, museólogo. Representou o Brasil no International Commission the Anthropology of Food. Autor de vasta obra publicada com centenas de artigos, filmes, vídeos, e mais de 70 livros nas áreas de arte popular e gastronomia/cultura/ patrimônio. Reconhecido por premiações mundiais e nacionais pelo Gourmand World Cookbook Awards. Curador da Fundação Gilberto Freyre, da Fundação Pierre Verger e do Museu da Gastronomia Baiana do Senac Bahia.