coluna raul lody

Café & Comensalidade

26 de fev de 2018

Sem dúvida, há uma forte relação entre o brasileiro e o café. O café é uma bebida que promove encontros e faz parte de muitos rituais de sociabilidades. Porque viver o momento de um cafezinho é um ato cultural de brasilidade; e de afirmação de identidade de uma bebida repleta de significados, e que também relata a nossa história econômica. Por tudo isto, beber café marca um conceito consagrado do bem servir e do bem receber.  

Vamos tomar um cafezinho? Este tipo de convite revela que esta bebida é uma espécie de “elo” para um encontro, e assim marca um lugar também consagrado gastronomicamente.

O café é uma bebida tradicional que faz parte do nosso cotidiano, desde o café da manhã até os “cafezinhos” que se alongam pelo dia, sendo servido após o almoço, acompanhando a sobremesa, numa conversa no meio da tarde, entre tantos outros momentos de comensalidade.

Como acontece com o açúcar da cana de açúcar, o café está profundamente integrado à formação dos nossos hábitos alimentares, e na formação do paladar brasileiro.

E, neste cenário, vê-se uma ampla história sobre o que se chamou de Ciclos Econômicos do açúcar com a cana de açúcar, do algodão, do cacau, do tabaco e do café, todos formavam sistemas sociais de grandes plantations.

Há uma relação do brasileiro com o café, assim como acontece com o chá para os chineses, por exemplo; pois se tornaram bebidas nacionais, bebidas integradas às características culturais de etnias, de povos e de regiões.

No caso da Bahia, há um amplo crescimento da cafeicultura, a partir da década de 1970; e, em destaque, os tipos “Arábica” e “Robusta”, que fazem parte dos grandes cultivos nas áreas conhecidas como Planalto, Cerrado e Atlântica. Em 2017, a Bahia produziu 334.800 mil sacas de café, e assume o 4º lugar na produção nacional.

Raul Lody, 26 de Fevereiro de 2018.