Molho Nagô
01 de dez de 2014
A designação Nagô assume dentro do imaginário de matriz africana um modo de atestação daquilo que é africano e, em especial, da civilização Yorubá. Embora haja uma diversidade de povos e de culturas da África que estão presentes no Brasil, especialmente na Bahia, é o termo Nagô que assume uma espécie de sacralidade identitária.
Nestes cenários, há uma busca, da grande parcela da população brasileira, pelas referências e símbolos que possam marcar a estética e o sentimento de pertença às culturas e aos povos do continente africano.
Assim, Nagô passa a significar uma marca geral do “afro”, base para a afrodescendência. E também uma referência para a mitologia dos Orixás, para os estilos de penteados; para os ritmos, as danças, as comidas, os ingredientes; entre tantas maneiras para se localizar a matriz africana e marcar como um lugar social.
Integrado ao acarajé e ao abará, duas comidas de expressão civilizatória africana na Bahia, está o tão celebrado molho Nagô. É um molho fundamental para estas comidas à base de feijão e dendê.
O molho é preparado com pimenta malagueta seca, camarões defumados, cebola, sal e azeite de dendê. Tudo é pilado, e esta massa é frita do dendê, transformando-se num molho grosso.
Sem dúvida, o molho Nagô é um dos muitos sabores que dão a identidade afrodescendente à boca da Bahia.
Raul Lody
01 de dezembro de 2014