coluna raul lody

O CABOCLO é brasileiro

03 de jul de 2012

Para a Bahia, o 02 de julho, ou o tão estimado “Dia do Caboclo”, traz memórias e temas referentes ao imaginário de um Brasil “verde e amarelo”, cores simbólicas do caboclo.

O caboclo, esse grande ancestral, que se entende por um Brasil livre, é o símbolo da Independência da Bahia. Tudo está relacionado a um sentimento de nacionalidade.

Esse contexto, de bases histórica e social, traz a comida certamente nas suas muitas representações simbólicas. Assim, a comida integra-se a essa compreensão do que é “nativo”, e de forte representação identitária brasileira, e, em especial, da Bahia.

Valorizam-se as frutas tropicais, especialmente o coco e a banana, e também o milho; ainda, complementos como o mel; bebidas artesanais, destacando-se a “jurema”, que é servida ritualmente para se celebrar os caboclos.

Esses momentos de comensalidade unem os valores dos mitos nacionais, e das muitas interpretações religiosas das culturas africanas na Bahia. Daí surge o modelo do candomblé de Caboclo, uma interpretação genuinamente baiana.

O caboclo é chamado “ancestral da terra”, diga-se da terra brasileira, e para celebrar e reconhecer o caboclo há cardápios regionais que se unem a esse mito da nossa “brasilidade”. E os alimentos que representam o Brasil também representam o caboclo.

No cardápio ritual do caboclo está, ainda, abóbora-moranga, melancia, vários tipos de melões; e tudo mais que possa significar uma natureza farta e generosa, pois tudo isso determina esse verdadeiro “terroir” da Bahia.

 

Raul Lody

29 de junho de 2012