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A fogueira, o fogo e a batata doce

10 de jun de 2013

Junho é o mês das festas que trazem a fogueira como símbolo de antigos e ancestrais rituais dedicados ao sol. E há uma grande emoção coletiva no Nordeste quando se celebra os santos populares – Santo Antônio, São João e São Pedro. Eles são cultuados nas casas, nas ruas, nas igrejas e nos terreiros de candomblé. E também são lembrados e representados com bolos e comidas de milho, como o mungunzá, a pamonha de milho e de carimã; na festa há ainda os licores, e entre tantos, o mais desejado é o de jenipapo.

Na Bahia, em muitas comunidades, a fogueira é armada e acesa em frente à casa do devoto, tradicionalmente às 18h, alguns põem certas folhas para queimar como, por exemplo, manjericão, alecrim, folhas de pitangueira, brotos de bananeira, entre outras.

A fogueira é o elo com o sagrado, tem significados ancestrais que são anteriores ao cristianismo, pois no hemisfério norte vive-se o solstício do verão – quando o sol se encontra mais próximo da terra –, e isso se dá na noite de 23 para 24 de junho, data em que se comemora São João. A fogueira traz um sentimento da renovação. E também tudo que vier da fogueira tem um significado especial. Diante da fogueira vive-se rituais de sociabilidade e de comensalidade, como assar e comer batata doce.