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Comer nos terreiros

07 de out de 2013

Os meses de outubro e novembro concentram os calendários das festas dos tradicionais terreiros de candomblé do São Salvador. Celebrações que trazem memórias ancestrais de regiões do continente africano,  especialmente da África Ocidental com o povo Yorubá, que mantêm as tradições da Nação Ketu.

Cada terreiro é, na verdade, um território que vive e preserva patrimônios como: idioma, música, dança, indumentária, arquitetura, culinária, entre tantas outras formas de cultura e de religiosidade. Pois em cada festa vive-se as tradições de cada terreiro.

Entre as mais notáveis formas de preservação da identidade estão o complexo cozinha /comida / alimentação. Nascem deste modo os cardápios simbólicos que mostram o tema de cada festa. Desta maneira são oferecidos variadas comidas para o cumprimento de cada celebração. Cardápios sem dendê; à base de inhame; outros marcados pelo quiabo e com muito dendê; outros ainda com feijões, carnes de aves e de caprinos; acarajé, abará, acaçá;  aluá; e tudo mais que possa trazer o sentido de cada festa.

Come-se bem, e muito,  nos terreiros, e desta maneira a comida cumpre o seu papel socializador  e de bem alimentar as comunidades. Cada tipo de cardápio festivo é partilhado entre todos, pois a comida é boa, gostosa, e com fartura, para os membros da comunidade e convidados. Assim, a comida identifica e particulariza cada festa, cada terreiro desta cidade do São Salvador.

 

Raul  Lody