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Sabores & Identidades de uma “Bahia bem temperada”

18 de nov de 2013

Há, no imaginário popular, fortes referências sobre uma “Bahia bem temperada” de sabores especiais. Isto se dá principalmente em referência às receitas  tradicionais integradas a sua cultura. 

As escolhas dos ingredientes marcam e determinam os celebrados sabores que marcam o reconhecimento para aquilo  que é próprio da Bahia. 

A Bahia é identificada como um território de temperos, de pimentas; de odores nativos, orientais, africanos e lusitanos. E assim estes temperos tornam-se baianos nas inclusões e nas maneiras de se construir cada prato.
As especiarias, desde a malagueta até o urucum, à pimenta do reino, ou mesmo às folhas de bananeira, determinam sabor e estética para cada comida.

As folhas que embalam algumas comidas agregam odores e sabores aos preparos, pois tudo se destina ao sabor.  São exemplos o abará, a pamonha de milho e a pamonha de carimã, entre outros.

Ainda, neste imaginário, inhame, milho, quiabo e camarão defumado juntam-se ao dendê, ao leite de coco, a canela,  ao cravo, ao açúcar, ao gengibre, e tudo mais que faça de cada prato um retrato desta “Bahia bem temperada”.

Com certeza, o entendimento da comida vai muito além do que está no prato. Pois os cenários, as cores, os sons, as imagens, as pessoas, e tantas outras referências sensoriais e emocionais se integram como temperos que são interpretados à mesa; e aí o paladar vive um encontro à boca na energia desta Bahia.

Raul  Lody
18 de novembro de 2013