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Páscoa: a fertilidade, os ovos e o chocolate

10 de abr de 2017

É com a chegada do equinócio da primavera no Hemisfério Norte que se marca o primeiro domingo após a primeira lua cheia como o dia escolhido para a celebração da Páscoa.  A escolha da data da Páscoa se soma às antigas tradições de povos pré-judaicos e cristãos, e é também uma interpretação dos elementos da natureza e da magia.

Esses povos de culturas milenares recuperam memórias de diferentes civilizações que ritualizam o ciclo da natureza aonde há os símbolos que representem o renascimento da vida no período da primavera.  Assim, ritualisticamente, oferecia-se os primeiros frutos das colheitas, as primeiras garrafas de vinho;  fabricava-se pães das primeiras espigas douradas de trigo.

 A Páscoa cristã incorpora temas referentes à fertilidade e à vida, e que também representam o ciclo da primavera. E o ovo passa a ser um importante símbolo, pois, costuma-se, em muitas civilizações, oferecer ovos cozidos de diferentes aves, com as suas cascas pintadas, ou desenhadas, com temas que simbolizam a fertilidade e a fartura de alimentos na primavera. E, a partir do século XIX, começa a ser comercializado o ovo de chocolate, e aí o chocolate passa a representar, também, um importante símbolo da Pascoa no mundo cristão.

É importante entender como foi que os espanhóis levaram o chocolate para Europa no século XVI. O cacau já integra a cozinha ritual dos Astecas, México, há mais de 5000 anos, num culto ao deus simbolizado no cachualt, bebida que foi apresentada ao invasor ibérico. E o espanhol, para tornar esta bebida mais próxima do paladar europeu, acrescentou especiarias, leite e açúcar.

A partir daí, o cacau difundiu-se comercialmente para o Brasil, século XVIII, e começa as grandes plantações no sul da Bahia, região que até hoje se apresenta como a maior produtora. E o Brasil é um dos maiores produtores de cacau do mundo, sendo precedido pela Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Camarões.