COLUNA RAUL LODY
  • Compartilhe:
No século XVIII o café chega ao Brasil

Algumas espécies nativas do Coffea estão na faixa equatorial de grande parte da África, que vai da Etiópia até o Congo; e, ainda, amplia-se para o sul indo até Angola. A espécie Coffea arabica é da Etiópia, e foi levado pelos árabes, provavelmente no século XVI, para o Oriente médio.

No século XVII, café ganha novos mercados com os holandeses, que levaram as suas sementes para Java, Indonésia, e a partir daí vai para outros lugares do mundo. 

De Java para o Ceilão, ao sul da Ásia, foi introduzido neste continente pela Costa de Malabar, na Índia. Em seguida, China, Formosa, Filipinas, Nova Guiné; entre outros lugares do mundo.

 

O café chegou na América do Sul pelo Suriname em 1714, então segue para Caiena, capital da Guiana Francesa, e entra no Brasil em 1727.

As primeiras mudas e sementes de café foram trazidas ao Brasil pelo sargento-mor Francisco de Melo Palheta, de Caiena, quando em missão oficial do governo brasileiro, em visita ao governador da Guiana Francesa, Claude d’Orvilliers, para verificar os marcos entre o Pará e a Guiana, no Rio Oiapoque.

A Coffea arabica desenvolve-se muito bem na Amazônia, no Norte, nas terras tropicais de Belém do Pará. A partir daí o café também se torna brasileiro e, desta maneira, começa a formar hábitos que passaram a fazer parte do imaginário do nosso povo.

O café harmoniza as relações interpessoais, e por isso é a primeira escolha dentro dos muitos rituais de sociabilidades, seja nas casas, nos bares, nos restaurantes, nas festas. O café está, sem dúvida, no nosso cotidiano.

Atualmente o Estado da Bahia é o 3º maior produtor de café no Brasil, e integra está bebida nos contextos mais valorizados da gastronomia. O café, depois da água, é a bebida mais consumida no mundo.

O AUTOR Antropólogo, especialista em antropologia da alimentação, museólogo. Representou o Brasil no International Commission the Anthropology of Food. Autor de vasta obra publicada com centenas de artigos, filmes, vídeos, e mais de 70 livros nas áreas de arte popular e gastronomia/cultura/ patrimônio. Reconhecido por premiações mundiais e nacionais pelo Gourmand World Cookbook Awards. Curador da Fundação Gilberto Freyre, da Fundação Pierre Verger e do Museu da Gastronomia Baiana do Senac Bahia.