COLUNA RAUL LODY
  • Compartilhe:
Natal: as emoções à mesa

 

Vinte e quatro de dezembro

Meia noite deu sinal,

Rompe aurora a primavera

Hoje é noite de Natal.”

 

(poesia popular)



Entre as festas populares brasileiras, sem dúvida, aquelas que fazem o ciclo natalino, emocionam as pessoas que experimentam manifestações de teatro, dança, cortejo, música e gastronomia, revivendo histórias, fatos e personagens que traduzem o nascimento do Menino Deus.

Além do olhar artístico sobre os presépios há o olhar devocional, expressando significados sagrados anualmente lembrados no ritual de armar presépios em locais especialmente escolhidos.

Ainda árvores, árvores de Natal, são verdadeiras instalações que valorizam a natureza, o verde, que são complementadas com enfeites multicoloridos velas e luzes.

Às mesas cardápios na sua maioria, vindos de Portugal, constando de frutas secas ou cozidas como as castanhas; assados de porco, peru, cabrito e galinha; doces, destacando-se as rabanadas, indispensáveis nas ceias da noite de 24 para 25 de dezembro.

Os doces no tempo do ciclo natalino estão nas mesas em variados cardápios com o aproveitamento das nossas frutas tropicais em muitas receitas e ainda os bolos, tortas, pastéis, pães doces e muitas outras deliciosas opções.

Nos cardápios do Natal indispensáveis são as rabadas, conhecidas também como fatias douradas e fatias de parida. As rabanadas são preparadas com pão, ovos, açúcar, sal, leite de vaca, canela e óleo.

As fatias de pão são embebidas no leite açucarado e depois são envoltas nas gemas e em seguida seguem para a fritura, retirando-se a gordura excedente. Depois são pulverizadas com açúcar e canela. Este preparo tem destaque na mesa baiana do Natal.

Raul Lody

O AUTOR Antropólogo, especialista em antropologia da alimentação, museólogo. Representou o Brasil no International Commission the Anthropology of Food. Autor de vasta obra publicada com centenas de artigos, filmes, vídeos, e mais de 70 livros nas áreas de arte popular e gastronomia/cultura/ patrimônio. Reconhecido por premiações mundiais e nacionais pelo Gourmand World Cookbook Awards. Curador da Fundação Gilberto Freyre, da Fundação Pierre Verger e do Museu da Gastronomia Baiana do Senac Bahia.