COLUNA RAUL LODY
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Epô Pupá

O dendezeiro é tão antigo quanto a criação do mundo e do homem. O uso do dendezeiro na África pelos primeiros humanos é bem conhecido pelos registros arqueológicos.Tais usos datam de 4000 aC .

No caso do Brasil, e em especial da Bahia, vive-se uma verdadeira civilização do dendezeiro nos seus múltiplos usos, porque tudo se aproveita desta palmeira.

Trata-se do Elaes guineenses cujos cocos são preparados em azeite, no nosso tão saboroso azeite de dendê, uma marca das comidas afrodescendentes.

O dendê afirma as profundas relações entre o continente africano e o Brasil. E com a Bahia forma-se um sentimento de unidade e de africanidade representadas nos usos da palmeira e com destaque nas comidas, as comidas de azeite.

EPÕ PUPÁ, em idioma iorubá significa azeite vermelho, o nosso tão conhecido azeite de dendê.

E esta exposição temporária do Museu da Gastronomia Baiana ,ocupando  a galeria art Food, a partir das fotografias de Marisa Viana é um exercício patrimonial e   uma atestação do direito cultural de poder socializar aspectos das tecnologias artesanais de como se faz o azeite, seguindo a sabedoria tradicional.

 

Raul Lody.

O AUTOR Antropólogo, especialista em antropologia da alimentação, museólogo. Representou o Brasil no International Commission the Anthropology of Food. Autor de vasta obra publicada com centenas de artigos, filmes, vídeos, e mais de 70 livros nas áreas de arte popular e gastronomia/cultura/ patrimônio. Reconhecido por premiações mundiais e nacionais pelo Gourmand World Cookbook Awards. Curador da Fundação Gilberto Freyre, da Fundação Pierre Verger e do Museu da Gastronomia Baiana do Senac Bahia.