Sem dúvida o brasileiro é um “comedor de farinha”, um apreciador da farinha de mandioca que se apresenta com variedade de tipos e de sabores. Porque há uma espécie de intimidade do brasileiro com a farinha e assim o hábito fundamental nas escolhas: farinha fina, grossa, muito granulada, branca ou misturada com coco, com pimenta com açafrão entre tantos.
A farinha acompanha o brasileiro no seu cotidiano e marca a trilogia arroz, feijão e farinha, encontros que fazem deste prato nacional que é um dos mais nacionais para o brasileiro.
Destaque para as farofas especiais para integrar os cardápios das festas . Como a “farofa-rica”; quando se aproveitam os “miúdos” da galinha, que será assada, juntamente com manteiga, cebola entre tantas outras possibilidades de ingredientes. Farofas com frutas secas e cristalizadas., com fruta sem calda, que integram cardápios de carnes assadas, de presuntos, de aves também assadas.
Mostro um exemplo de farofa regional da Bahia, da área do Recôncavo, com o uso do azeite de dendê, no caso com o sedimento do azeite, que é o bambá. E com o bambá se faz uma deliciosa farofa, a farofa de bambá. Esta farofa reúne farinha de mandioca cebola, sal e o bambá. Para acompanhar feijão de azeite, xin-xin de galinha, moquecas e tudo que a boca possa gostar com dendê.
E assim são muitas as interpretações e os estilos de se fazer “farofas’ e de traduzir ingredientes e processos culinários diversos.
Nestes cenários sobre a diversidade de farofas trago as 10 farofas da Bahia que integraram o 2º Festival da Farofa/OPANES/Observatório do Patrimônio Gastronômico do Nordeste e do Espírito Santo/SENAC e que foram oferecidas ao público no Restaurante Escola/Museu/MGBA.
Uma rica experiência gastronômica regional de base patrimonial e cultural da Bahia.
Raul Lody.