“Docinho de araçá
Também marmelada
Cerveja e vinho
Cerveja gelada”.
(Poesia popular, Ternos de Reis, Rio de Contas)
Muitas das nossas festas populares têm profundas relações com a fé e a religiosidade. Neste ambiente de celebrações, destaca-se o ciclo natalino que culmina no dia 6 de janeiro, dia dedicado aos 3 Santos Reis Magos do Oriente.
Assim, há muitas maneiras tradicionais de trazer estas tradições de base ibérica, e com acréscimos de matriz africana, para se viver e manifestar a identidade e o patrimônio da Bahia.
São cortejos de rua, música, dança, teatro; indumentárias especiais para expressar em cada celebração as maneiras de cultuar os Santos Reis Magos na sua jornada mítica para visitar a lapinha, que é a cena do nascimento do Menino Deus.
Sem dúvida, estas celebrações são também marcadas pelo oferecimento de bebidas e de comidas de diferentes tipos e receitas, indo de licores caseiros até cervejas, vinhos e outras bebidas.
Também, quanto as comidas, são aquelas caracterizadas pela tradição natalina, como as fatias douradas, fatias de parida, as tão celebradas e queridas rabanadas; bolos, pastéis, cocadas; doces de frutas, pão-delícia, mugunzá, mingau de carimã.
Há, ainda, as ofertas encontradas nos tabuleiros das baianas de acarajé; e, em destaque, acarajé, abará, bolinho de estudante, passarinha frita, e complementos como vatapá, caruru, camarão defumado refogado no dendê; molho de pimenta, o tão tradicional molho Nagô.
Estas celebrações, como as demais celebrações populares e de rua, têm suas identidades marcadas pelas comidas e pelas bebidas; pois comer e beber são expressões ritualizados de uma devoção religiosa. Porque comer é louvar e festejar.
Raul Lody