Nestes dez anos de funcionamento, o Museu da Gastronomia Baiana tem sempre ocupado o seu lugar pioneiro nas questões sobre comida e cultura, com foco na Bahia, e na busca pela ampliação de conceitos sobre patrimônios alimentares nos contextos regionais.
Atualmente, nesse mundo globalizado, cada vez mais os temas relacionados à comida, gastronomia e mercados de consumo vêm ganhado novos lugares sociais, econômicos e ecológicos.
Assim, nessa dinâmica de representações dos ingredientes, de tecnologias tradicionais das cozinhas étnicas, de interpretações gastronômicas das receitas regionais; entre tantos outros aspectos referentes à nutrição, vive-se uma crescente valorização dos produtos de terroir.
A comida possibilita experimentar memórias coletivas que mostram hábitos, escolhas e significados dos ingredientes que integram este tema dominante do século XXI, que é o direito à alimentação.
A instituição Museu, nestes cenários, tem a missão de mostrar, de preservar, de sugerir leituras complexas e contemporâneas, os múltiplos sentidos da comida.
É por tudo isso que o Museu da Gastronomia Baiana agrega diferentes leituras sobre patrimônios culturais que fazem parte do entendimento complexo que foram o conceito da comida e dos seus rituais de sociabilidades, de religiosidade, de tecnologias culinária, de tradições, de matrizes étnicas, e do direito à soberania alimentar; como demais temas que localizam a pessoa como protagonista das suas tradições e identidade.
O Museu da Gastronomia baiana está muito além do seu “quadrado”, está além das suas salas, dos prédios; porque ele mostra o Museu como um espaço de articulação e de contato social e patrimonial.
O Museu contemporâneo é assim: articulador e filosófico. Revela a comida como um acervo de pertencimento à história individual e coletiva.