As comidas relatadas por Querino estão nas casas, nas festas de largo, mas estão especialmente no tabuleiro da baiana de acarajé, nos terreiros de candomblé, nas feiras e nos mercados.
Sem dúvida, o sentimento de Querino com a comida é um sentimento de pertença, e de valorização destas referências que trazem histórias pessoais e histórias que se ampliam com as muitas matrizes africanas que fazem parte da Bahia.
Por exemplo, as chamadas “comidas verdes” são aquelas feitas a partir de folhas, e de outros ingredientes vegetais: maniçoba, efó, caruru; amalá, também de quiabos como o caruru, ou até mesmo o molho lambão, molho fresco, com tendências verdes, são destacadas por Querino em leituras especiais do latipá ou amori.
Diz Querino: “Latipá ou amori feitas com folhas inteiras de mostardeira, as quais, depois de fervidas, temperavam como o efó e deitavam a frigir no azeite de cheiro”. (A arte culinária da Bahia. WMF Martins Fontes. Org. e notas Raul Lody)
Ainda, Querino aproxima o latipá ou amori do efó quando informa que os temperos são os mesmos: malagueta seca e ralada, sal, dendê, e os camarões defumados.
Latipá ou amori e o efó são acompanhamentos consagrados para peixes, e também para outras comidas de azeite como a farofa; e para as comidas brancas, sem condimentos, como: bolas de inhame, acaçá branco, massa e arroz; que são assim harmonizadas com as comidas mais condimentadas da mesa afro-baiana.